O mercado da beleza teve uma verdadeira reviravolta em dois anos. Devido a uma mudança no comportamento de consumo por causa da pandemia, o setor presencia um crescimento acelerado na procura por produtos de saúde e bem-estar.
Inegavelmente, um dos principais fatores para esse impulsionamento foram os protocolos de higiene impostos ao Covid-19, que antecipou tendências e fez surgir novos hábitos de higiene. Uma pesquisa publicada pela revista Comércio & Serviços, da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), diz que, em 2020, o mercado obteve crescimento de 5,8% em vendas ex-factory (líquido de imposto sobre vendas), em relação a 2019.
Segundo o estudo, o mercado de Wellness compreende seis categorias: saúde médica, saúde física, nutrição, estética e aparência, qualidade do sono e bem-estar psicológico, esse último conhecido também como “mindfulness”.
EM BUSCA DE BEM-ESTAR
A tendência das pessoas se voltarem a questões relacionadas ao bem-estar e à beleza é característica de tempos em crise. A ABIHPEC cita, como exemplo, o termo “efeito batom”, criado no período da Segunda Guerra Mundial. Na época, o governo britânico chegou a publicar um memorando afirmando que o produto para colorir os lábios era tão importante para a mulher quanto o tabaco, para o homem.
Diante do contexto de crise econômica decorrente da pandemia, houve uma movimentação no mercado em direção ao mercado de Wellness. Durante a Semana ABIHPEC de Mercado, em setembro de 2021, foram apresentadas pesquisas realizadas pelos Institutos Perception e Segmenta que reiteraram a procura dos consumidores por cosméticos para a manutenção da saúde, da autoestima e do bem-estar. Em 2020, houve uma grande busca por produtos faciais com um crescimento de 92,8% no volume de vendas de máscaras faciais.
De acordo com o estudo do Instituto Segmenta, em 2021, 43% dos consumidores entrevistados enxergaram na pandemia uma oportunidade de rever o autocuidado. O uso de fragrâncias teve aumento de 14%, enquanto a rotina skincare aumentou 43,8%. Isso gera a discussão sobre o papel do setor para a autoestima da população e o quanto a era digital contribuiu para essa decisão dos consumidores.
O FUTURO É PROMISSOR
O Brasil se mantém como o quarto maior mercado mundial de cosméticos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Japão. Ademais, o país é o terceiro no ranking em lançamento de produtos, o que significa que o setor da beleza está em pleno crescimento.
O Painel Dados de Mercado da Abihpec destaca que no período, tendências globais foram aceleradas e outras ganharam novas abordagens. As tendências on-going (manter os clientes ativos e engajados), por exemplo, passaram a ser uma realidade brasileira. Hoje o mercado discute longevidade, experiências, influenciadores digitais, ingredientes naturais, bem-estar, autocuidado, fluidez de gênero, entre outras. Além disso, estão em pauta conceitos como sustentabilidade, personalização, valor social, tecnologia e transparência passaram a ser ainda mais decisivos na hora da escolha de uma marca ou um produto pelo consumidor.
Em pesquisa da McKinsey & Company, o Brasil aparece como um dos países mais receptivos ao conceito Wellness, que visa fazer uma conexão direta entre mente e corpo, gerando o completo bem-estar. Diante disso, se renova a esperança de um próspero pós-pandemia.